Esperançar com Paulo Freire: reflexões sobre comunicação e mudança social

O Instituto Ubíqua realizou, em conjunto com o Instituto de Mídia e Indústrias Criativas da Universidade de Loughborough – Londres, o evento Centenário de Paulo Freire, 7 Conversas para inspirar os próximos 100 anos, de 9 a 24 de março de 2021. Nessa época, no Brasil, vivíamos o momento mais crítico da pandemia da COVID-19, e já contabilizávamos quase 300 mil mortes.

Além disso, o Governo do Presidente Jair Bolsonaro negava institucionalmente todo o legado de Paulo Freire. Foi nesse cenário de terra arrasada que Ana Cristina Suzina e Thomas Tufte, docentes e pesquisadores, resolveram convidar estudiosos(as), comunicadores(as) e pessoas da sociedade civil organizada de várias partes do mundo, inclusive do Brasil, para juntos plantarmos as sementes da esperança cultivadas na vida e na obra de Paulo Freire.

Paulo Freire nasceu e cresceu no Nordeste do Brasil, onde o Instituto Ubíqua foi criado e de onde irradiam as ideias da educação ubíqua libertadora e contextualizada, aliada à comunicação solidária. Foi desta parte do Brasil que Paulo Freire tirou as experiências que influenciaram profundamente o trabalho de sua vida, que hoje é também ubíquo e, por isso, atravessa o tempo e as fronteiras, plantando esperança e colhendo esperançar. Para Freire, Esperançar é levantar-se, é ir atrás, é construir, é não desistir!

Ao Instituto Ubíqua coube a mediação tecnológica. Quando abrimos as inscrições para o Evento, em menos de 48 horas já tínhamos ultrapassado o número de inscritos previsto para os cinco debates e para as duas conferências.

Ficamos surpresos e, por vivemos tempos sombrios, nossa primeira atitude foi desconfiar. Será que tínhamos sido hackeados? Mas sim, era a pura verdade!

Tivemos uma avalanche de inscritos de várias partes do mundo, principalmente do Brasil (dos 2.113 inscritos, 1.748 eram brasileiros).

O nome do seminário pode parecer ousado, quando propõe 7 conversas para inspirar os próximos 100 anos, mas, sem ousadia e imaginação política, não se entende Paulo Freire. Que a leitura deste livro inspire e desperte a ousadia adormecida dentro de cada leitor e leitora que se aventure a ler, entender e mudar a realidade em que vive, e que sirva para pensar criativamente os próximos 100 anos.