Neste artigo, vou discutir a crise da discursividade como o rompimento do paradigma da deliberação racional. Baseada na obra de Paulo Freire, vou sugerir que o Brasil - e muitos outros lugares do mundo - está experimentando o efeito de dois outros modelos conceituais. O primeiro é o modelo de multiplicação da palavra, que é a solução baseada em tecnologia para promover a inclusão no debate público. O segundo é o que estou chamando de uma dissonância restritiva, que é um anti-solução baseada na mudança de posições de dominação. Nesse sentido, discutirei a noção de coexistência como condição necessária para alcançar a emancipação, sob o princípio fundamental freireano de que os seres humanos se libertam em comunhão entre si. Assim, argumentarei que as práticas de comunicação só podem ser consideradas como libertadoras se buscarem a coexistência, promovendo a justiça cognitiva.
History
School
Loughborough University London
Published in
Fluxos comunicacionais e crise da democracia
Pages
88 - 101
Publisher
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicacao - Intercom