Este artigo discute a potencial contribuição da incorporação de plataformas digitais em iniciativas de mídia, desenvolvidas por movimentos sociais, ONGs e associações comunitárias no Brasil. A ruptura digital é entendida como um processo de longo prazo que transforma aspectos concretos das práticas de comunicação popular, mas também influencia a forma de apropriação e compreensão da mídia e de seu papel nas lutas sociais. A análise de 29 mídias, entre jornais, emissoras de rádio e agências de notícias, em seis estados brasileiros – Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Ceará e Pará –, no contexto de minha pesquisa doutoral (Suzina, 2018) , convida a olhar para além das desigualdades estruturais. A ruptura digital amplia as oportunidades de visibilidade e o alcance das mensagens desses grupos. A análise dos dados demonstrou, no entanto, que algumas vozes importam mais do que outras e revelou, portanto, a necessidade de se discutir representação, para além da visibilidade. Como um dos principais resultados da pesquisa, destaca-se a relevância das assimetrias políticas no contexto das lutas por justiça democrática.
History
School
Loughborough University London
Published in
Trilhas e impactos da comunicação popular, comunitária e alternativa no Brasil
Pages
17 - 44
Publisher
Editora da Universidade Estadual do Piauí - EdUESPI
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