Em outubro de 2009, uma praia fluvial na comunidade de São Pedro, situada na margem esquerda do Rio Arapiuns, no estado do Pará, Amazônia brasileira, foi o local de um protesto que durou cerca de um mês. Neste capítulo, se discute como essa luta social pela autonomia na gestão e proteção do território, e pelo reconhecimento das identidades das populações locais, está intrinsecamente acompanhada por uma luta simbólica pela representação, tal como descrita na concepção tridimensional de justiça de Nancy Fraser (2010). Diversas estratégias de comunicação articulam o movimento, associando a visibilidade das ações com a busca de um posicionamento ativo e influente na definição de um projeto de sociedade para a região.